INDOPAR - Como o Protocolo GHG Está Transformando Nossa Cadeia de Valor

A INDOPAR adota o Protocolo GHG para medir emissões nos Escopos 1, 2 e 3, transformando práticas de produção, compras e design com dados técnicos reais em sua fábrica no Paraguai.

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Por que medir emissões em todos os escopos?

A maioria das empresas mede apenas suas emissões diretas (Escopo 1) e de eletricidade (Escopo 2). No entanto, segundo a GHG Protocol Scope 3 Guidance (2013), mais de 80% da pegada de carbono de uma empresa pode estar no Escopo 3 — ou seja, nas emissões indiretas da cadeia de valor.

Na INDOPAR, essa descoberta foi um divisor de águas: entender os impactos invisíveis da produção de tecidos, logística terceirizada e até o descarte das roupas nos ajudou a tomar decisões mais eficazes.


Escopo 1 e 2: Medição direta e controle interno

  • Escopo 1: Calculamos emissões provenientes de nossos geradores a diesel, caldeiras e veículos próprios com base em consumo real e fatores do IPCC.
  • Escopo 2: Utilizamos dados da ANDE e aplicamos fatores de emissão do mix elétrico nacional, predominantemente renovável.

Todos os dados são registrados automaticamente no INDOPAR Online, com dashboards atualizados em tempo real.


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Escopo 3: O maior desafio, e a maior oportunidade

Categorias Prioritárias para INDOPAR:

  • Categoria 1 – Bens e Serviços Adquiridos: A produção de tecidos (algodão, poliéster, mistos) é rastreada por tipo e volume. Usamos fatores de emissão cradle-to-gate do Higg MSI e ecoinvent.

  • Categoria 4 – Transporte Upstream: Para calcular emissões logísticas, usamos distâncias por modal (terrestre, marítimo) e fatores do GHG Emission Factor Hub.

  • Categoria 12 – Tratamento de Fim de Vida: Estimamos o impacto ambiental do descarte de roupas com base em composição têxtil (biodegradável ou não) e métodos de eliminação comuns (aterro, incineração).

Método de Cálculo

Adotamos um método híbrido, combinando: - Dados primários de fornecedores estratégicos (massa de tecido, tipo de fibra, consumo energético) - Dados secundários padronizados, usando fatores específicos por material, modal de transporte e uso energético

Para categorias menos relevantes, utilizamos métodos simplificados, como o “spend-based”, multiplicando valor monetário por fator de emissão médio por setor.


Como isso muda nosso jeito de comprar e produzir?

1. Compras Baseadas em Emissões

Antes: Seleção de fornecedores com base em custo e prazo.
Agora: Fornecedores com inventários confiáveis de carbono ganham preferência.

Exemplo: Tecidos de algodão reciclado com menor pegada substituíram misturas virgens em alguns produtos básicos.

2. Design com Inteligência Climática

Incorporamos critérios como biodegradabilidade, facilidade de reciclagem e durabilidade nos briefings da equipe de design.

Exemplo: Redução de poliéster tingido escuro, que tem maior impacto em descarte e tingimento.

3. Produção mais eficiente

Indicadores de intensidade de emissão (kg CO₂e por peça produzida) nos ajudam a ajustar lotes, reduzir sobras e melhorar o mix energético de máquinas.


Lições-chave da implementação do Protocolo GHG

Segundo o próprio guia técnico da GHG Protocol:

“Coletar dados de melhor qualidade para atividades prioritárias permite definir metas de redução mais eficazes e demonstrar progresso com credibilidade.” — Scope 3 Guidance, p. 12.

  • Não é preciso medir tudo com a mesma precisão: usamos dados detalhados onde temos maior impacto.
  • Fornecedores são aliados: engajar a cadeia é tão importante quanto medir internamente.
  • O dado leva à ação: com métricas confiáveis, nossa equipe de compras, design e produção toma decisões mais sustentáveis.

Próximos Passos

  • Publicar nosso inventário verificado externamente até o final de 2025.
  • Alinhar metas de redução com a Science Based Targets Initiative (SBTi).
  • Integrar cálculo de emissões no custo de produto padrão no INDOPAR Online.

Conclusão

Entender nossa pegada de carbono não é só uma questão ambiental — é uma vantagem competitiva. A INDOPAR está provando que é possível fazer moda responsável e mensurável na América Latina, com base nos mais altos padrões globais de contabilidade de carbono.


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